domingo, 29 de abril de 2012

"Da Ditadura do Estado Novo ao Regime Democrático"

A palestra "Da Ditadura do Estado Novo ao Regime Democrático," decorreu no passado dia 24 de abril, pelas 10h30, no auditório da escola, no âmbito da comemoração do 25 de abril de 1974. Esta ação foi destinada aos alunos do 6º e 9º anos do ensino básico e aos alunos do ensino secundário, do curso de Humanidades, uma vez que os conteúdos curriculares nestes níveis de escolaridade abordam esta temática, contribuindo desta forma para o apoio ao desenvolvimento do currículo. O orador cativou os alunos e estes ficaram, certamente, mais enriquecidos com o que viram e ouviram  na apresentação do Dr. José Ribeiro, ex professor de História nesta escola. Nesta palestra estiveram presentes os professores das respetivas turmas, entre outros. A organização esteve a cargo dos professores de História e da Biblioteca Escolar, tendo sido também os responsáveis por uma pequena exposição de trabalhos de alunos do 6º ano, no átrio da escola e na Biblioteca Escolar. Alguns desses trabalhos estão publicados neste blogue, dada a sua importância em termos de riqueza de informação, rigor científico e formas de apresentação (poema, entrevista, ...). Para lhes aceder, basta clicar numa das etiquetas deste blogue (25 abril, ...).
A equipa da Biblioteca Escolar agradece a disponibilidade demonstrada pelo Dr. José
Ribeiro, para participar em mais uma palestra.

No final, todos receberam um cravo vermelho, feito de papel pela professora Júlia     Garrido, a quem
agradecemos a colaboração.

                                 

                                                  










sábado, 28 de abril de 2012

Livros dos escritores Inês Pupo e Gonçalo Pratas


Para além do título "Casa sincronizada", os autores escreveram também "Canta galo" e "Lavo as minhas mãos".
Os escritores Inês Pupo e Gonçalo Pratas com a professora de Língua Portuguesa Helena Teixeira, responsável pela organização da palestra "Palavras escritas, palavras partilhadas", no âmbito do Dia Mundial do Livro".

Animação de Leitura com Inês Pupo e Gonçalo Pratas

Os escritores Inês Pupo e Gonçalo Pratas, no auditório da Escola, num momento de grande interação com os alunos do 5º ano, no Dia Mundial do Livro.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O 25 de abril de 1974

O que foi o 25 de abril de 1974?

O 25 de abril de 1974 foi um levantamento militar que restaurou a democracia em Portugal. Até aí tinha vigorado um regime ditatorial de 48 anos (desde 28 de maio de 1926 até 1974) e que foi conhecido pelo nome de Estado Novo.
Reconstituição do movimento dos capitães no filme português de Maria de Madeiros «Capitães de abril».

O golpe foi conduzido pelos oficiais de patente intermédia da hierarquia militar (o MFA), que, na sua maior parte, eram capitães que estavam fartos de ser «carne para canhão» na Guerra Colonial. Foram eles os grandes protagonistas deste movimento revolucionário e por esse facto o 25 de abril é comumente chamado o movimento dos capitães. Sublinhe-se, contudo, que a motivação do golpe por parte destes militares não é tão pura quanto se quer fazer crer. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução trouxe a liberdade ao povo português, muito embora de início tenha havido muitos desmandos protagonizados pela esquerda e extrema-esquerda. Concretamente, logo após a revolução, foi criado o COPCON (Comando Operacional do Continente), chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho, que inclusivamente capturava pessoas e usava mandatos de captura em branco. Na prática, era como se fosse outra PIDE.
 O que foi a Guerra Colonial?
A guerra colonial foi o conflito militar que opôs a potência colonizadora (Portugal) aos movimentos nacionalistas e independentistas africanos (FRELIMO, PAIGC, MPLA, etc). Resultou da circunstância de todas as outras potências coloniais terem já concedido a independência às suas colónias, enquanto, teimosamente, o governo português se negava a conceder aos territórios africanos a autodeterminação, dando origem à famosa expressão cunhada por Salazar «orgulhosamente sós.» 
Por que motivo o 25 de abril é conhecido como o «Dia da Liberdade» e também a «Revolução dos Cravos»?

                          Um fotograma do filme «Capitães de abril» de Maria de Medeiros.          
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Denomina-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar esta revolução, que não foi marcada pela violência habitual de uma revolução: o povo ofereceu cravos aos militares que as colocaram no cano das armas, simbolizando o renascer da liberdade, depois de um longo período de repressão do regime ditatorial do Estado Novo.
E o cravo vermelho transformou-se no símbolo da revolução!
Que alterações trouxe o 25 de abril à vida do país?
Formalmente Portugal entrou num período de grande efervescência: criaram-se alguns partidos políticos que se juntaram a outros que já existiam na clandestinidade, mas as condições de vida da população não melhoraram de imediato. Houve ainda uma série de golpes (28 de Setembro e 11 de março) até que a 25 de novembro de 1975 um pronunciamento militar chefiado por Ramalho Eanes afastou a esquerda radical do cenário político e o país teve finalmente condições para ter um regimo democrático pluralista sem tutelas militares ou totalitarismos ideológicos. No entanto, sob o ponto de vista dos melhoramentos socioeconómicos, só a partir da adesão à Comunidade Europeia é que estes se tornaram mais visíveis.
Houve alterações na maneira de pensar e agir
das pessoas?
 A princípio, o povo apaludiu a chegada da liberdade e participou ativamente em comícios e celebrações. Isto entende-se, de certa forma, porque o regime anterior encorajava o silêncio e o conformismo que tornavam mais fácil a manipulação das pessoas e da sua maneira de pensar. Os partidos políticos fervilhavam em reuniões constantes e atividade permanente, gerando, aqui e além, um clima de confronto. Hoje em dia, na ressaca desses tempos, voltámos a uma certa apatia de que são um bom exemplo os sindicatos e os próprios partidos políticos de onde estão cada vez mais ausentes o debate e o confronto de ideias.

Antecedentes históricos
Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, que terminou com a 1ª república fundada a 5 de Outubro de 1910, foi implantado em Portugal um regime autoritário vagamente inspirado na nova ideologia fascista personificada em Itália por Benito Mussolini. (foto ao lado)

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Depois da Constituição de 1933 ter sido aprovada pelo parlamento, onde os deputados eram todos eleitos por um único partido, o regime é remodelado, autodenominando-se Estado Novo e Oliveira Salazar passou a controlar o país, não mais largando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda da cadeira que ficou famosa e na qual sofreu lesões cerebrais. Foi substituído, ainda nesse ano, por Marcelo Caetano que dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.


Durante estes 48 anos:
Ø as liberdades civis estiveram canceladas;
Ø os partidos políticos foram proibidos;
Ø e instituiu-se a censura prévia.

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                                                           Oliveira Salazar numa capa da revista Time (22 de Julho de 1946).

Formalmente, existiam eleições, mas estas foram sempre contestadas pela oposição, que sempre acusou o governo de fraude eleitoral e de desrespeito pelo dever de imparcialidade. O Estado Novo possuía uma polícia política, a PIDE, que perseguia os opositores do regime.
Em 1973, a publicação do livro Portugal e o Futuro (Marechal Spínola) que questionava a continuação da Guerra Colonial, desencadeou a intervenção do exército, mais concretamente dos capitães, que estavam mais expostos ao confronto militar e se consideravam mal pagos.

O dia da Revolução de abril
                                                     
Capa do single «E depois do adeus.»

Às 22:55 do dia 24 passa a canção ”E depois do Adeus”, de P. de Carvalho,  (um dos sinais combinados) que inicia o golpe de estado. O segundo sinal  dado às 00:20, com a canção ”Grândola Vila Morena“, de José Afonso, confirma o golpe e marca o início das operações. Ao amanhecer, o povo juntou - se aclamando os militares revoltosos e forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.

Alexandra Pires, 6º C, nº 1

domingo, 22 de abril de 2012

Entrevista a Drª Maria da Glória Souto


Pergunta: Sabe em que ano ocorreu o 25 de abril?
Resposta: Sim, em 1974.
Pergunta: Porque se chamou o “Movimento dos Capitães”?
Resposta: Porque foram os capitães que tomaram a iniciativa de se manifestarem.

Pergunta: Que alterações provocou o 25 de abril, na sua vida? 
Resposta: A única alteração que provocou na minha vida foi que os diretores acabaram. Como eu era diretora na altura… passei a ser só professora.

Pergunta: Acha que houve mudanças na maneira de pensar ou agir das pessoas?
Resposta: Muitas, por exemplo: As pessoas deixaram de ter medo de se expressar, de fazer determinadas coisas e foi um período que se viveu intensamente.
Comove-me pensar na grande alegria sentida pelo meu pai - um republicano de sempre - que pôde ver a mudança de regime. Desde que tenho memória, vi-o sucessivamente apoiante de Norton de Matos, Quintão Meireles e Humberto Delgado… Foi uma longa, longa espera. Senti-o feliz.

Pergunta: O que foi a guerra colonial?
Resposta: Foi uma guerra que durou aproximadamente 13 anos em que os países africanos de língua portuguesa tentaram ficar independentes, mas como pertenciam a Portugal teve de haver uma guerra.

Pergunta: A guerra colonial teve alguma ligação com o 25 de Abril?
Resposta: Sim bastante.
Pergunta: Que ligação?


Resposta: Os militares especialmente capitães queriam acabar com a guerra e para acabá-la tinham de mudar o regime em Portugal. E no 25 de Abril as pessoas que já estavam fartas de perder entes queridos na guerra decidiram acabar com ela dando a independência às colónias africanas.
Pergunta: Acha que as coisas melhoraram ou pioraram?
Resposta: Melhoraram e muito.
Pergunta: Porquê?
Resposta: Porque as pessoas passaram a ter regalias e direitos que antes não tinham.
Pergunta: O que é que não se podia fazer antes do 25 de abril?
Resposta: Não nos podíamos expressar (não havia liberdade de expressão), havia censura a jornais, revistas e livros, também não havia alguns direitos por exemplo: as mulheres não podiam exercer alguns cargos, era preciso licença de isqueiro, não havia partidos políticos e as eleições não eram livres.
Pergunta: Onde estava nesse dia?
Resposta: Em Lisboa numa reunião.
Pergunta: Quantos anos tinha?
Resposta: Tinha 34 anos.
Pergunta: Sabia o que estava a acontecer?
Resposta: Não, ninguém sabia.
Pergunta: Como era a sua vida antes de acontecer o 25 de Abril?
Resposta: Era boa, não houve grande diferença.
Pergunta: O que aconteceu nos dias seguintes?
Resposta: Tentávamos seguir as notícias para ver o que se tinha passado. Assisti pela TV à saída dos presos políticos de Cachias, vi a chegada de Mário Soares e depois de Álvaro Cunhal. E alguns dias depois houve muitas manifestações e pela 1ª vez comemorou-se o 1º de Maio.
Pedro Miguel Souto, 6º C, Entrevista à avó






quinta-feira, 19 de abril de 2012

25 de abril

Alguém sabe o que aconteceu?
Um golpe de estado decorreu
A 25 de abril
A revolução dos cravos surgiu.

Mas porque terá decorrido?
Quando Salazar saiu do poder
A ditadura
Tornou a acontecer!

Marcelo Caetano
Seguidor de Salazar
Achou boa ideia
A ditadura continuar.

Mas porque se chama revolução dos cravos?
Talvez porque
Tiraram as balas aos soldados
E puseram nelas lindos cravos!

Mas como os soldados se foram organizar para atacar?
Usando senhas secretas passadas na rádio para avançar.
Mas quais foram elas?
Duas lindas músicas usadas pelas sentinelas.

"E depois do adeus" e Grândola, Vila Morena"
Foram usadas para acabar com o sistema
O MFA comandado
por Salgueiro Maia venceu
E Marcelo Caetano perdeu!

Pedro Souto, 6º C (Poema original)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dia Mundial do Livro

Desde 1996 e por decisão da UNESCO, que se comemora o Dia Mundial do Livro a 23 de abril. A ideia da comemoração teve origem na Catalunha, onde dia 23 é costume trocar uma rosa por um livro, ou melhor, a quem comprar um livro é oferecida uma rosa. Esta ideia espalhou-se um pouco por todos os países do mundo e hoje é já tradição, no dia 23 de abril, receber uma rosa por um livro que se compra.